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sexta-feira, março 06, 2009

Visões


O tempo deixou-me. Afinal era isto que era necessário. A nova etapa começou. Ansiava no meu interior, esperava por conseguir, duvidava por não chegar e explorava baseado erradamente. Só peço uma vez. As restantes não são do meu domínio. Esta liberdade que me autorizo a manusear é tesouro.
Olhares. Olhos nos olhos. Olhares trocados. Troca de olhares. Relançes esporádicos agendados aleatoriamente, de troca de olhares entre duas almas. Prazer da vida, quando no espaço temporal e físico os olhos certos se encontram. Preferia alguns minutos em silêncio, olhos nos olhos, que uma simples conversa. Deve ser de outro mundo a experiência de estar, frente a frente, durante os 7 minutos que idealizo em silêncio a olhar nos teus olhos e ser olhado nos meus.
Observo, apenas visualizo, limito-me a verificar que se encontra no mesmo sítio com a mesma vontade, sem pensar em mais alguma coisa e a pensar no mesmo que eu.
"São minhas as palavras tuas que abdicas por querer estar e são tuas as esperanças de um olhar que anseias poder alcançar.
O regresso.
Não sei se já sabem, mas o Pandoro tem duas pátrias, duas nacionalidades: Portuguesa e da grande potência que é o estado soberano de Alverca do Ribatejo. O Pandoro serviu a sociedade como indivíduo de colete amarelo (que zela pela segurança dos jogos) no grande clássico entre o Alverca e o Campomaiorense, quando o Mantorras ainda tinha o joelho feito em dois. O Pandoro teve de fazer inclusive um juramento com a mão direita sobre uma bola amarela da Mikasa, jurando assim não tirar partido em prol da sua pátria querida, Alverca.
Nesse jogo a vida de Pandoro mudou. Bakero (ex-jogador do Campomaiorense) rematou uma bola, com uma força descomunal, e inexplicavelmente acertou num indivíduo de amarelo. E quem foi? Claro que não foi o Pandoro (demasiado óbvio), foi um colega que estava lado do Pandoro. Após o sucedido, o Pandoro ao tentar ajudar o colega tropeçou num caniche. Dito e feito. Acertou com o olho no vértice mais bicudo de um banco do estádio. Desde esse dia que o Pandoro vê torto.
Encontrei o Pandoro, dois dias depois, com um olho do avesso.
Disse-me ele, calmo e sereno, com uma sensatez que envolveu tudo o que nos rodeava num raio que só o próprio sentido ou oportunidade explicariam - "Tens pastilhas?" - e eu - "Sim! Toma.".
Depois de abertas as conversações, perguntei-lhe - "Como está o teu olho?" - ele responde - "Já vi dias melhores!". Pensei que estava a eufemizar a situação mas não esboçou nenhuma sensação perceptível.
"Até amanhã, Pandoro!"
Até quando o tempo me deixar!

2 Comments:

At 12:10 da manhã, Anonymous Anónimo said...

tens dom puto.

Joao Melo

 
At 10:47 da tarde, Blogger Menina do Mar said...

um regresso em grande!

beijinho *

 

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