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sábado, janeiro 14, 2006

Olhos para que vos quero!


Olhares, olhos, olhado, olhei, olhando, com os olhos, olhar, olhou, e soube! Os olhares!
Aquele momento em que passas na rua e algo te diz que deves olhar para a tua esquerda sem saberes porquê e cruzas o teu olhar com o de alguém, que no mesmo preciso momento olhou para os teus olhos, e durante uns 2/3 segundos olham-se e parece uma eternidade. Tudo à volta parece desaparecer, dissipar ou mesmo parar, enquanto que nesses segundos só existe uma coisa na tua cabeça: o que vês! Vazio, sem conhecimentos, sem nada para dizer, sem nada para falar, sem nada para cheirar, sem nada para tocar, e só uma pessoa para olhar e viajar num mundo paralelo. E durante essa eternidade visualizas e antecipas uma vida a dois, ou uma amizade futura. Olhares dizem quase tudo, só não falam para confirmar o que suspeitas!
Quando falas com alguém e não a olhas nos olhos é porque não queres passar do ponto em que te encontras com essa pessoa, ou então não queres estar naquele momento a falar com essa pessoa porque tens de fazer outra coisa muito importante.
Quando se olha olhos nos olhos (entre duas pessoas sem dispersão social) vê-se mais do que se mostra, e é um momento único! Uma clarividência sem explicação , ao mesmo tempo que tudo parece estar bem, independentemente do estado que a nossa vida ou o mundo se encontra.
Estava eu sentado num banco rectangular, perto de uma mesa com design excêntrico do IKEA, mais três bancos similares ao meu, em que um estava ocupado. A mesa e os bancos encontravam-se numa sala com tecto branco limpo, e as paredes forradas com papel de parede, de padrão desenhado com flores e vasos. Centro recreativo de Bragança. Sim era aí que me encontrava com uma pessoa, que no momento estava sentada comigo perto de mim. Era o Pandoro. Estavamos a fazer um trabalho sobre beterrabas mutantes, a pedido de uma empresa de marketing! O Pandoro pergunta-me - "Beterrabas!?! Quem inventou as beterrabas, hein?" - e eu acabado de ouvir aquilo, prponho a questão ao meu pensamento e concluo de forma explícita - "Um historiador Tibetano. Dennis Crakeles Beterraban!". E sem saber dei por mim a contar a vida deste grande homem, que viveu no tempo de Leonardo Da Vinci. O Pandoro olhou-me nos olhos e diz-me - "Tas a gozar comigo, porquê? Fiz-te algum mal por acaso?" - e eu - "Ya, desculpa, tava a gozar! Foi a Mãe Natureza, Pandoro! Quem haveria de ser?" - então dei de novo comigo a explicar como o mundo se formou e como apareceram os alimentos - "... e assim começaram a crescer da Terra, umas coisas síolidas a que damos o nome de alimentos, que ...".
"Desculpe! Não podemos deixar de ouvir a sua história impressionante de como aparecereu a Terra e os seus filhos biológicos!" - eu e o Pandoro em sobressalto e sem o que dizer para aquelas duas mulheres sérias mas ao mesmo tempo ansiosas que nem crianças por ouvir o resto da história. Eu olhei para a da esquerda que tinhas uns cabelos negros encaracolados e uns olhos assustadoramente atraentes, de cor azul acinzentados. Cerca de um metro e 65 centímetros e uma cara de míuda desprotegida. O Pandoro olhou para a mesma mulher que eu, e eu disse ao Pandoro - "Larga o osso Pandoro!" - Logo o Pandoro deixou de olhar para a mulher/rapariga (mulher por ter formas e rapariga por parecer ter 22 anos), e virou olhar para a a outra rapariga. Cabelos ruivos lisos, com um toque de sardas sensuais e um nariz perfeito (alguns de voçês podem pensar em Nicole Kidman, e eu digo, ya mas sem ser tão branca ).
Elas sentaram-se e ficamos a olhar-lhes nos olhos durante os tais 2/3 segundos e ficamos a saber que trabalhavam numa loja de Lingerie, a Triumph! Falamos paralelamente, eu e a morena, o Pandoro e a ruiva, durante quatro horas sempre olhos nos olhos. Mais tarde ficámos a saber que elas eram casadas ficámos com o número de telemóvel das duas respectivamente e elas foram fazer um jantar para os maridos,e despediram-se de nós. Nós acenámos simultaneamente em satisfação. Passados 15 minutos " E é por isso que a beterraba sabe tão mal! Já para não falar da couve de bruxelas e couve de lombardo!".
Fomos embora para casa e no caminho discutimos o que acontecera com aquelas mulheres nessa tarde. Tomámos nossso caminho, e durante três dias ficámos fechados em casa sem ter contacto com os humanos e a sociedade, imaginando o que poderia acontecer se as beterrabas não existissem.
Em suma as beterrabas sabem mal e os olhares são divinais. Conselho: comam menos e olhem mais!
Até quando o tempo me deixar!

2 Comments:

At 9:27 da tarde, Anonymous Anónimo said...

muito giro e muito interresante...tens razão tenhu de comer menus e olhar mais=P

 
At 9:31 da manhã, Anonymous Anónimo said...

men, és tu que escreves estas cenas? esta está um espectáculo!! tens que pensar seriamente em seguir esta tua aptidão para a escrita....um abraço..

 

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