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segunda-feira, outubro 10, 2005

Momentos de introspecção.....


De certeza que toda a gente já se sentiu desenquadrada de algum local, momento ou ambos. Esses momentos levam-me muitas vezes a uma introspecção profunda, a uma análise detalhada da vida que levo. Ás vezes gosto de observar, sentado, o mundo à minha volta, o que cada um faz!
"Sentado num enorme bloco de cimento moldado pelo homem, observo os carros a passar e as pessoas a mexer. Mas ao mesmo tempo revejo o meu passado recente."
Por isso acredito que estes acontecimentos ajudam cada um de nós a ultrapassar maus momentos e criar uma estabilidade emocional que nos permite viver neste mundo descentrado.
Fora do contexto mas com alguma ligação (basta procurar):
Num momento completamente rotineiro da minha vida, tive uma epifania: as quatro estações (primavera, verão, outono e inverno). Não sei quem foi que estabeleceu as estações por esta ordem, mas certamente esse alguém estava em plena sincronização consciente com a vida. Pois reparem: a primavera é o nascer, desabrochar, a alegrias. Tal como a infância. O verão é o calor, a euforia, os sentimentos. Tal como a adolescência. O outono é a estabilidade, racionalização e ínicio da paragem. Tal como a vida adulta. O inverno é gélido, parado e dor. Tal como o envelhecimento. Não sei porquê mas as estações encaixam perfeitamente na vida. Para pensar quando a primevera chegar!
Já dentro do do contexto inicial:
Naqueles momentos de introspecção, entendemos a grandeza do mundo em nosso redor, e percebemos que a única coisa a fazer é unicamente continuar a viver. Acho que em primeiro de tudo tenho de me sentir bem comigo próprio, e depois ainda melhor com os meus amigos ( e os momentos de introspecção são uma fase de uma metamorfose contínua humana). A amizade e o amor duram até à morte.
Pandoro. Antes de o conhecer já era amigo dele. Só há pouco tempo é que descobri isso. O Pandoro tem menos um ano que eu, e ele é a única pessoa que conheço em que as leis da Física não se aplicam. Diz-me que está sempre a voar! Agora a última dele é inacreditável: "Sinto-me um blastocisto prestes a nidar!". Às vezes invejo-o, por viver noutro mundo. Houve uma vez que apanhei o Pandoro sentado num parque infantil a comer um epá, e reparei quase imediatamente que estava desenquadrado. Mas a vida dele é um conto de fadas! "O que é que estará ele a pensar?". Sei que simplesmente está desenquadrado. Obrigado Pandoro.
Proponho-vos o seguinte. Quando não se sentirem bem emocionalmente, procurem um sítio público com considerável movimento, ou mesmo uma viagem de metro desde Amadora-Este até Cais-do-Sodré e pensem no que vos aconteceu ultimamente de importante. É necessário estarem concentrados. Não sei que vos diga mais.
Até quando o tempo me deixar!